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A polêmica no Egito por série da Netflix que retrata Cleópatra negra![]() Crédito, Netflix Legenda da foto,A atriz britânica Adele James interpreta a governante egípcia em Rainha Cleópatra Article informationAuthor, David GrittenRole, BBC News20 abril 2023Uma série de drama documental da Netflix que retrata a rainha Cleópatra 7ª como uma negra africana gerou polêmica no Egito. Um advogado entrou com um processo acusando Rainha Cleópatra de violar as leis de mídia e tentar "apagar a identidade egípcia". Um renomado arqueólogo insistiu que Cleópatra tinha "pele clara, não negra". Mas o produtor da série afirmou que "sua ascendência é altamente debatida", e a atriz que a interpreta mandou um recado aos críticos: "Se você não gosta do elenco, não assista à série". Adele James disse isso em um post no Twitter que reproduzia imagens de capturas de tela de comentários abusivos que incluíam insultos racistas. Cleópatra: a história de uma das rainhas mais poderosas de todos os tempos20 agosto 2022Como a filha de Cleópatra transformou sua trágica herança num reinado triunfante29 janeiro 2023Como possível descoberta do túmulo de Cleópatra pode reescrever a história24 novembro 2022Cleópatra nasceu na cidade egípcia de Alexandria em 69 a.C. e se tornou a última rainha de uma dinastia de língua grega fundada por Ptolomeu, general macedônio de Alexandre, o Grande. Ela sucedeu seu pai Ptolomeu 12 em 51 a.C. e governou até sua morte em 30 a.C. Depois disso, o Egito caiu sob domínio romano. A identidade da mãe de Cleópatra é desconhecida, e os historiadores dizem que é possível que ela, ou qualquer outra ancestral feminina, fosse uma indígena egípcia ou de outra parte da África. O site parceiro da Netflix, Tudum, afirmou em fevereiro que a decisão de escalar a atriz britânica Adele James como Cleópatra para sua nova série documental era"uma referência ao debate de séculos sobre a raça da governante". Jada Pinkett Smith, a atriz americana que foi produtora executiva e narradora da série, foi citada dizendo: "Não costumamos ver ou ouvir histórias sobre rainhas negras, e isso foi muito importante para mim, assim como para minha filha, e para minha comunidade poder conhecer essas histórias porque há um monte delas!" Mas quando o trailer da série foi lançado na semana passada, muitos egípcios condenaram a representação de Cleópatra. Zahi Hawass, um proeminente egiptólogo e ex-ministro das Antiguidades, disse ao jornal al-Masry al-Youm: "Isso é completamente falso. Cleópatra era grega, o que significa que ela tinha pele clara, não negra." Hawass afirmou que os únicos governantes do Egito conhecidos como negros foram os reis kushitas da 25ª Dinastia (747-656 a.C.). "A Netflix está tentando provocar confusão, espalhando fatos falsos e enganosos de que a origem da civilização egípcia é negra", ele acrescentou, pedindo aos egípcios que se posicionem contra a empresa de streaming. No domingo, o advogado Mahmoud al-Semary entrou com um processo no Ministério Público exigindo que sejam tomadas "as medidas legais necessárias" e que seja bloqueado o acesso aos serviços da Netflix no Egito. Ele alegou que a série incluía material e conteúdo visual que violavam as leis de mídia do Egito e acusou a Netflix de tentar "promover o pensamento afrocêntrico ... que inclui slogans e textos destinados a distorcer e apagar a identidade egípcia". Três anos atrás, os planos para um filme sobre Cleópatra estrelado pela atriz israelense Gal Gadot desencadearam um acalorado debate nas redes sociais, com algumas pessoas insistindo que o papel deveria ir para uma atriz árabe ou africana. Gadot defendeu depois a escolha do elenco, dizendo: "Estávamos procurando uma atriz macedônia que pudesse ser Cleópatra. Não encontramos, e eu era muito apaixonada por Cleópatra." |
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